domingo, 30 de agosto de 2009

Aprendizagem pautada em valores humanos e afeto

Aprendizagem pautada em valores humanos e afeto




Vivemos o culto ao mundo visório e efêmero. Abandonamos a busca pelas relações humanas que propiciam o saber que examina, questiona e emancipa. Neste contexto bem elaborado do mundo capitalista-explorador-mercantilista, a educação, assim como todas as virtudes humanas, que nos traduzem como ser em essência, se transforma no que querem que ela seja. Esta transformação intencional dá sentido ao projeto de mundo customizado, onde tudo ganha ou perde valor. A escola expressa essas relações de poder e valor estabelecidos na sociedade. Nesta visão mercantilista-utilitarista, o que não é mais lucrativo é deixado de lado, abandona-se projetos (cria-se a desigualdade). É o que vemos acontecer na África, Afeganistão, Índia, Paquistão, Iraque e tantos outros países.



Vivemos hoje a crise da razão, da identidade do Sujeito Soberano nos seus diferentes lugares e papeis sociais: pai, amigo, irmão, filho, vizinho, colega, médico, professor, aluno, policial, político, ... São diferentes as identidades do Sujeito Soberano nos países dilacerados pela exploração econômica? Perdemos os referenciais da razão, do que nos define como Ser em essência e Sujeitos em construção.



Vivemos diferentes radicalismos no mundo, seja religioso ou político. A imagem do Ser Sujeito no convívio em sociedade está cada vez mais turvas e desfocada.



Nosso grande desafio como professores será propor uma profunda reflexão sobre como educar frente a falta de Razão. Somos duplamente devedores da tradição que se traduz em nossas falas e práticas em sala de aula. Somos devedores na falta de aprofundamento de questões filosóficas. A escola não propicia estas discussões. Devemos também porque como professores muitas vezes não queremos aprofundar estes debates. Nossa formação na graduação não dá conta de aprofundar o debate sobre as diferentes tendências de educação. Estes temas tangenciam o universo da escola, muitas vezes não passam da mesa de cafezinho e da reclamação de alguns professores.



Enquanto a escola e professores não discutirem suas concepções de educação e a sua origem filosófica não teremos terreno para uma discussão maior com a sociedade. É preciso que a discussão inicie e se fortaleça nos espaços pedagógicos para que tenha força e seja discutida com a sociedade como um todo e se traduza em um projeto social de educação emancipadora.



Estamos perdendo nossos referenciais éticos, a consciência da existência da Razão e do Sujeito Soberano que habita cada um de nós e a importância destes valores no convívio social.



É preciso construir na escola mais que ensino. Precisamos investir na aprendizagem significativa, na mediação intencional pautada em valores humanos e no afeto entre professor e alunos, como propõe Flávia Sampaio em seu texto: “Critérios para uma Aprendizagem Significativa”.
 
José Antônio - Técnico em Educação - Porto Alegre/RS

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Os valores estão deturpados... pais, filhos e professores estão sem saber o que é pertinente a cada um!