sexta-feira, 15 de maio de 2009

A EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE DE INFORMAÇÃO

“No meu tempo não era assim.”
“Esta juventude está perdida.”
“Todos sentados e em silêncio.”
“Já não sei o que fazer para chamar a atenção deles.”
Estas são falas de professores ao longo do tempo ao se depararem com suas respectivas salas de aula e encontrarem seus alunos de uma maneira que não era esperada: falantes, agitados, andando, movimentando...
O alunado mudou, lógico, pois o mundo mudou.
A sociedade de informação ampliou sua abrangência tão rapidamente quanto a velocidade da veiculação das notícias. Atualmente, um acontecimento no Japão, Rússia, Turquia e até na Lua chega até nós em milésimos de segundos!
Estamos num novo tempo, o tempo do Orkut, do MSN, dos Blogs, dos e-mails, da banda larga...
Com toda certeza, a docência de tempos atrás não é a mesma de hoje, o acesso à informática e aos meios de comunicação de massa não acontecia com tanta facilidade.
A todo momento, os alunos são seduzidos com os apelos da mídia: modo de vestir, andar, falar, costumes, gírias, comportamentos e tiques; e o papel da educação não é ( e nem tem como ) impedir o acesso a tudo isto, mas fornecer ao aluno subsídios para que ele possa filtrar o que é realmente relevante para seu crescimento. E, neste quesito, a escola perde, pois esta cobra memorização e “decoreba” e, procura formar um sujeito “reprodutivo” totalmente descontextualizado da realidade.
A escola se apresenta atada à metodologias que não promovem a motivação, ao querer saber mais, ao gosto pela descoberta; esquecendo-se de ajudar na formação de sujeitos críticos, atuantes e autônomos que selecionam o que querem assistir e falar.
A escola preza os conteúdos culturalmente pré-determinados, e não recebe nem valoriza o conhecimento de mundo que o aluno traz, para, a partir dele, ajudar este aluno em seu processo de aprendizagem, interagindo e mediando a construção de seu conhecimento.
Entretanto, para que a escola tenha êxito nesta nova época, os alunos devem ser estimulados a “aprender a aprender”, a analisar o que é recebido e avaliar sua relevância. Neste enfoque, o papel do professor é de estimular a busca da informação, tratá-la e orientar sobre onde e como utilizá-la. E, quando há na relação um vínculo afetivo estabelecido entre os atores participantes, professor e aluno, este recebe sentimentos de segurança, confiança e coragem e se arrisca a socializar suas descobertas e dúvidas com o professor e os demais membros do grupo, para juntos, decidirem o que é relevante em sua formação.
flávia sampaio

Um comentário:

  1. Oi, Flávia. Mais um texto que vem plenamente de encontro ao que penso e vivencio, tanto com alunos como com professores. Se a vida é um processo dialógico entre nós e o mundo que nos cerca, a educação é o local privilegiado onde esse diálogo deveria ser mais concretizado. Entretanto, penso que grande parte desse choque de gerações, evidenciado pelo uso das TICs, está justamente em que professores e alunos falam línguas diferentes e vivem em mundos opostos. A grande maioria dos educadores continua num mundo em 2 dimensões e os seus alunos em 3D. Há que proporcionar o diálogo entre os dois pólos, e cabe ao mais "maduro" quebrar esse gelo e propor uma conversa aberta... Nada de proibir por proibir, proibir orkut, msn, celular sem dar-se conta das potencialidades que o uso desses recursos podem trazer à comunicação dentro de uma escola. E não somente dentro dela mas fora, criando vínculos com outras escolas, a distância. O problema maior é fazer essa transição entre os dois mundos... Mas como falei recentemente a profs. da escola onde cursei o ens. fundamental: de nada adianta intriduzir as TICs se a metodologia não acompanhar as transformações do mundo. E citei justamente uma frase de Barck Obama, que pra mim é a essência desse momento que vivemos: "O mundo mudou e nós precisamos mudar". Vou indicar teu texto lá no Letra Viva, pois mais uma vez me vi contemplado em tuas observações. Parabéns por esse trabalho crítico e revelador. Um abraço,

    ResponderExcluir

Professor

Professor
Os valores estão deturpados... pais, filhos e professores estão sem saber o que é pertinente a cada um!