terça-feira, 7 de abril de 2009

A temperatura das relações

Li em uma entrevista que a “temperatura das relações” influencia positiva ou negativamente a aprendizagem. Entendo que, para que as relações humanas sejam saudáveis, deve-se investir na qualidade de tais, aumentando momentos de diálogo, prazer, escuta e aceitação.
Insisto que, no mundo atual, a qualidade das relações deve ser estimulada e que o nó destas relações está pautado numa educação que desconsidera o poder da convivência.
Para conviver abrimos mão do monólogo que impera em nossa existência, do narcisismo que, mesmo inconsciente, faz-nos sentir mais importantes, mais inteligentes, mais bonitos que o outro... Ou, não aceitamos as diferenças: de pensamentos, de atitudes, de gostos, de raças, de religiões... Enfim, para conviver devemos considerar o outro em toda a sua singularidade e respeitá-lo como ser único.
Desta forma, com respeito, a temperatura das relações aumenta, cresce, sobe e, conseqüentemente, sua qualidade também.
Em uma relação, em que um dos lados desconhece ou desconsidera a importância de investimentos qualitativos, a tendência natural é um esfriamento da mesma, ou seja, uma queda da temperatura.
Quantas vezes ouvimos estes comentários:
“ Devo agir de forma fria e calculista.” ou
“ Fulano foi muito frio ao falar sobre o Ciclano.” ou ainda
“ Devo ser fria para resolver tal situação.”
Esta queda da temperatura relacional demonstra pouco envolvimento entre os pares, desrespeito pelo outro e sonegação e trancamento das emoções, impedindo que as mesmas deixem de fazer parte da relação.
Na sala de aula, o professor que investe na qualidade da relação com seu aluno, promovendo o aquecimento da temperatura desta relação, oportuniza que sentimentos de segurança e coragem aflorem e circulem e, assim, sentindo-se seguro o aluno arrisca-se a investir em si mesmo, confiando em seu professor e nos amigos do grupo, podendo errar, mas sabendo que seu erro será respeitado e usado para seu crescimento. Enfim, arrisca-se a aprender.
Que todos nós possamos aumentar a temperatura de nossas relações!!!

2 comentários:

  1. Oi Flávia, passando para agradecer-lhe a visita no REM e pelo gentil comentário (vi que o Zé já fez as honras da casa):-) e também para conhecer seu espaço. Gostei muito desse texto e acho que é isso mesmo. A qualidade da mediação/interação é responsável em grande parte pelo sucesso ou fracasso do aluno. Também sou pedagoga e atuo na área da Educação Especial. Se quiser conhecer meu espaço educacional, será bem vinda. http://sobreeducacao.blogspot.com/

    Um abraço.

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  2. Oi, Flávia, mais belo texto reflexivo. A convivência é a palavra-chave hoje na sociedade, aliás, a falta de... O que descamba pra escola. pais não convivem com seus filhos, ora por falta de tempo, trabalho, ora por desinteresse. Ai a internet, Tv, games, etc fazem o papel de pais e educadores a distancia, outras nem tanto, e todos sabemos o problema da educação autodidata em jovens em fase de formação de valores éticos e morais. O dano pode ser devastador. Conviver é algo dificil até mesmo pra nós educadores, sempre correndo, cheio de atividades, mal tendo tempo pra dar um oi mais prolongado. A maioria dos problemas gerados pela sociedade são resolvidos com o parar pra ouvir o que o outro tem a dizer. lembro que quando fui assessor juridico na educação, por 2 anos, as colegas de RH e outros setores remetiam pra mim aquelas pessoas que vinham mais exaltadas, pois eu tinha diplomacia e paciência. Muitas vezes o que fiz foi deixar os servidores desabafarem, dar essa atenção... Nem sempre conseguia resolver seus problemas, muitos que eram fora de minha alçada, mas quase todos saiam me apertando a mão, agradecidos por minha boa vontade e atenção dispensada. Infelizmente o professor não dispoe desse tempo pra ouvir seus 30, 40 alunos, mas os pais poderiam fazer sua partem ouvindo seus 2,3, 5 filhos, é mais razoável e necessário. Ih, de um breve comentário saiu um desabafo também. hehehehe, Um abraço, amiga. Zé

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Professor

Professor
Os valores estão deturpados... pais, filhos e professores estão sem saber o que é pertinente a cada um!