quarta-feira, 27 de maio de 2009

A responsabilidade dos valores: a quem compete?

A responsabilidade dos valores: a quem compete?
A percepção da existência do outro é algo imprescindível para uma convivência saudável.
Buscamos sempre inferir no outro a nossa existência, o nosso desejo, o nosso saber... Afinal, ele precisa entender o que pensamos e sentimos!!
Na contemporaneidade o que se espera é a tolerância e o respeito pelo outro; é aceitá-lo com suas virtudes ou não, suas vontades, seus desejos, seus saberes e assim, fomentar uma troca.
Vivemos basicamente de trocas: de palavras, de olhares, de gestos, de significados e, de tolerância. Tolerar ( do latim tolerare, sofrer, suportar ) não é algo negativo, que nos remete ao sofrimento. Pelo contrário, tolerar é a percepção do outro e, conseqüentemente, a sua por nós.
A tolerância é uma virtude que nos permite estabelecer relações sociais pautadas no respeito e confiança, não molestando ou agredindo quem se encontra ao nosso lado, mesmo apresentando pensamentos que diferem dos nossos.
É através dela que focamos a ação produzida e não o sujeito que a produz, ouvimos e respeitamos sua posição de uma forma assertiva. Enfim, aprendemos a conviver!
E é no primeiro grupo social, a família, que se começa a introduzir o conceito desta virtude, propondo aceitação às diferenças, aos pensamentos e ações, ouvindo e interagindo com os demais, tolerando e sendo tolerados por eles.
Mas, percebemos que as famílias estão desestruturadas no quesito “valores”, por vários motivos: divórcio, instabilidade ou brigas conjugais, falta de quantidade e qualidade do tempo destas com seus filhos, despreparo emocional, falta de autoridade... E, assim, acabam por incumbir à escola a missão de educar seus filhos, dar limites, afeto, atenção e educação sistematizada, preparando-os para viver sua cidadania de forma estruturada e feliz.
Com tal cenário familiar, os alunos se encontram sem referencial, sem base e sem limites, agredindo professores e amigos de classe. Por outro lado, os pais se encontram “perdidos” por não saberem o que fazer para que seus filhos vivam e convivam bem, ou onde “erraram” na formação destes, visto que trabalham muito e dão muitos bens materiais.
Materialmente, as crianças têm tudo o que necessitam para crescerem fisicamente saudáveis, mas psicológica e socialmente ainda falta. Ainda faltam momentos familiares de ouvir, de conversar, de expôr idéias, sonhos e valores, tão fundamentais para uma convivência harmoniosa e feliz.
Compete às famílias em conjunto com a escola, a formação do aluno para conviver num mundo em que a tolerância, o respeito mútuo, a confiança, a solidariedade se façam presentes.
Para que estes valores se estabeleçam nas situações sociais cotidianas, é necessário que a quantidade do tempo que a famílias passem com seus filhos sejam de qualidade, de afinidade, de diálogo; que estas supram a carência emocional com que nossas crianças convivem neste novo tempo, orientando e escutando, bem como firmar parceria com a escola a fim de promover a formação destas crianças com base nos valores morais, éticos e de convivência saudável.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE DE INFORMAÇÃO

“No meu tempo não era assim.”
“Esta juventude está perdida.”
“Todos sentados e em silêncio.”
“Já não sei o que fazer para chamar a atenção deles.”
Estas são falas de professores ao longo do tempo ao se depararem com suas respectivas salas de aula e encontrarem seus alunos de uma maneira que não era esperada: falantes, agitados, andando, movimentando...
O alunado mudou, lógico, pois o mundo mudou.
A sociedade de informação ampliou sua abrangência tão rapidamente quanto a velocidade da veiculação das notícias. Atualmente, um acontecimento no Japão, Rússia, Turquia e até na Lua chega até nós em milésimos de segundos!
Estamos num novo tempo, o tempo do Orkut, do MSN, dos Blogs, dos e-mails, da banda larga...
Com toda certeza, a docência de tempos atrás não é a mesma de hoje, o acesso à informática e aos meios de comunicação de massa não acontecia com tanta facilidade.
A todo momento, os alunos são seduzidos com os apelos da mídia: modo de vestir, andar, falar, costumes, gírias, comportamentos e tiques; e o papel da educação não é ( e nem tem como ) impedir o acesso a tudo isto, mas fornecer ao aluno subsídios para que ele possa filtrar o que é realmente relevante para seu crescimento. E, neste quesito, a escola perde, pois esta cobra memorização e “decoreba” e, procura formar um sujeito “reprodutivo” totalmente descontextualizado da realidade.
A escola se apresenta atada à metodologias que não promovem a motivação, ao querer saber mais, ao gosto pela descoberta; esquecendo-se de ajudar na formação de sujeitos críticos, atuantes e autônomos que selecionam o que querem assistir e falar.
A escola preza os conteúdos culturalmente pré-determinados, e não recebe nem valoriza o conhecimento de mundo que o aluno traz, para, a partir dele, ajudar este aluno em seu processo de aprendizagem, interagindo e mediando a construção de seu conhecimento.
Entretanto, para que a escola tenha êxito nesta nova época, os alunos devem ser estimulados a “aprender a aprender”, a analisar o que é recebido e avaliar sua relevância. Neste enfoque, o papel do professor é de estimular a busca da informação, tratá-la e orientar sobre onde e como utilizá-la. E, quando há na relação um vínculo afetivo estabelecido entre os atores participantes, professor e aluno, este recebe sentimentos de segurança, confiança e coragem e se arrisca a socializar suas descobertas e dúvidas com o professor e os demais membros do grupo, para juntos, decidirem o que é relevante em sua formação.
flávia sampaio

Professor

Professor
Os valores estão deturpados... pais, filhos e professores estão sem saber o que é pertinente a cada um!